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Quem foi Santa Teresinha do Menino Jesus?

22/09/2021 . Formações

Santa Teresa de Lisieux, ou Santa Teresinha do Menino Jesus, como é mais conhecida, nasceu em Alençon, França, em 02/01/1873 e faleceu no Carmelo de Lisieux, em 30/09/1897, com apenas 24 anos. Filha de Santos Luiz e Zélia Martin, escolheu a vida contemplativa. Foi beatificada e canonizada por Pio XI, que também a proclamou padroeira das missões, apesar de jamais ter saído do Carmelo. Foi missionária pelo desejo, pela oração e pelo sacrifício. No centenário de seu falecimento foi proclamada, por São João Paulo II, como doutora da Igreja, apesar de não ter frequentado uma Universidade e ter morrido bem jovem, sem deixar nenhum “escrito teológico”, apenas os simples escritos que contam a história de sua vida, mas que trazem um verdadeiro tesouro à Igreja, que é a indicação da “Pequena Via”, mostrando que a Santidade pode ser simples e possível à todos.

Teresa não desceu do céu, como se fosse um anjo… Antes que o mundo celebrasse Santa Teresa de Lisieux e seu caminho de infância, existiu uma criança: Teresa Martin de Alençon. Ela é exatamente o misterioso fruto daquelas preparações silenciosas”. Françoise Marie Thérèse Martin, nome de batismo, é a caçula de uma família de nove filhos, quatro dos quais morreram na infância. Ela perdeu a mãe aos 4 anos e meio e ficou muito marcada pela lembrança da mãe e por sua perda. Maria e Paulina, as duas filhas mais velhas, ficaram, então, a cargo de cuidar das três irmãs mais novas.

Teresa se apega muito à sua irmã Paulina e passa a lhe tratar como sue fosse sua mãe. Em 1877, seu pai muda-se para Lisieux, com suas 5 filhas, para poder contar com a ajuda de sua cunhada na criação delas. Teresa, a essa altura, é uma garotinha alegre e de caráter forte, torna-se após a morte de sua mãe “tímida e gentil, sensível aos excessos”. É muito mimada por seu pai, que a chama de “Rainhazinha”. Apesar de mimada ela sempre foi educada na fé e repreendida em seus excessos com muito amor. Estudou no internato beneditino em Lisieux. Lá, ela descobre que tem dificuldade em viver na vida coletiva e passa a não gostar de ir para a escola. No final de 1882, Teresa adoeceu com uma doença que lhe causou mal-estar e dores de cabeça, lhe deixando em estado grave. Muito preocupada, a família reza a Nossa Senhora das Vitórias. Suas irmãs rezam aos pés da cama de Teresa
e se voltam para a estátua da Virgem. Teresa ora também. Ela então vê a Virgem sorrindo para ela e é curada a partir desse momento. No Natal de 1886, ela recebeu uma graça de conversão que a tirou da infância: “Jesus me vestiu com seus braços e desde aquela noite não fui derrotado em nenhum combate, pelo contrário, caminhei de vitória em vitória”. Em julho de 1887, no final de uma missa dominical na Catedral de Saint Pierre, ela recebeu a revelação de sua missão: salvar almas por meio da oração e do sacrifício.

Teresa floresce em idade e na fé e demonstra o desejo de entrar no Carmelo aos 15 anos. Todos pensam que esse desejo vem para que ela fique com sua irmã Paulina, que a essa altura já se dedica à vida consagrada, mas, na verdade, Teresa já recebeu a revelação de sua missão. Ela descobre o poder da oração ao ver sua prece por Pranzini respondida (ele, preso, condenado à morte, recusando qualquer ajuda da religião, se converte antes de ser morto, depois que ela reza por ele, ao ver a sua história no jornal). A partir dessa graça, Teresa passa a desejar salvar muito mais almas para Deus. Ela pede, então, ao pai para entrar no Carmelo. Ele aceita, mas ela esbarra na recusa categórica do Superior do Carmelo, que lhe julga muito nova. Para consolar sua filha, Luiz Martin a leva ao bispo. Ele a escuta expressar o desejo de consagrar-se a Deus, mas adia sua decisão. Em 1887, Luiz Martin leva Teresa em peregrinação diocesana à Roma. Lá ela tem oportunidade de, audaciosamente, pedir ao Papa permissão para entrar no Carmelo, apesar da oposição superiores. Após esse fato, o bispo finalmente dá sua autorização para que ela ingresse na vida religiosa. Em 09/04/1988, finalmente Teresa entra no Carmelo. Ali ela aprende as delícias e dificuldades da vida Consagrada. Ela cresce na espiritualidade e na fé, mas enfrenta dificuldades para se relacionar com algumas irmãs que a perseguem. Relata: “Eu encontrei vida religiosa como eu a imaginava … meus primeiros passos encontraram mais espinhos do que rosas … quero dizer a falta de julgamento, educação, a suscetibilidade de certos personagens, todas as coisas que não fazem a vida muito agradável … Uma palavra, um sorriso amável, muitas vezes bastam para abrir uma alma triste”. É aí que lhe é revelado o tesouro de sua espiritualidade: a “Pequena Via”: esses pequenos sacrifícios de amor ao irmão difícil agradavam muito à Jesus. Ela passou a fazê-los com frequência e entrega-los, todos a Jesus. Ela toma o hábito em 02/01/1890 e doze dias depois seu pai morre. Teresa mergulha no silencio e na oração contemplando a Sagrada Face e praticando a caridade com suas irmãs. Aos 17 anos ela emite os votos perpétuos. Em 1896 começa a adoecer vindo a falecer em 1897, dizendo: “não estou morrendo, estou voltando à vida”.

Na França, no final do século XIX, difundia-se o pensamento positivista, impulsionado por grandes invenções e apoiado por ideias anticlericais e ateístas. A espiritualidade da “Pequena Via”, assume, assim, particular importância: trata-se de uma espiritualidade, cuja pratica do amor a Deus não se basea em grandes ações, mas em pequenos atos diários, aparentemente insignificantes. “Há somente uma coisa a ser feita: oferecer a Jesus as flores dos pequenos sacrifícios”. E, ainda: “Quero transmitir as pequenas ações que consegui fazer”, é algumas das frases de Santa Teresa que confrontam as ideias individualistas que surgiam.

Tudo por Jesus, nada sem Maria!

Leia mais:

Biografia de Santa Teresinha no site do Vaticano
Livro: “História de uma Alma: manuscritos autobiográficos”

Filme: Santa Teresinha do Menino Jesus
Site do Carmelo de Lisieux
Homilia do Papa João Paulo II quando Santa Teresinha se tornou Doutora da Igreja

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