“Minha alma glorifica ao Senhor, meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador, porque olhou para sua pobre serva. Por isso, desde agora, me proclamarão bem-aventurada todas as gerações, porque realizou em mim maravilhas Aquele que é poderoso e cujo nome é Santo.” (Lc 1, 46-49)
A Santa Igreja, nossa Mãe, atesta e ensina que Deus é princípio e fim de todas as coisas (CIC 36) e devoções. Se assim não for, é falso e enganador qualquer devoção. Nisso, na Virgem Santíssima o espírito Santo realiza o desígnio benevolente do Pai, concebendo e dando a humanidade o Filho de Deus (CIC 93) e por esse FIAT todas as coisas são possíveis em Deus.
Num olhar de fé sobre a existência humana, o mundo, nossas escolhas, o cristão questiona-se a exemplo de São Pedro: “Senhor, a quem iríamos nós? Tu tens as palavras da vida eterna.” – Jo, 6. Para isso, Deus em sua infinita misericórdia dá às almas um meio fácil e seguro de Encontrá-lo e habitar nos céus pela eternidade: a devoção à Virgem Santíssima.
No livro de São Luis Grignion, o Tratado da Verdadeira devoção nos convida a pertencemos a Jesus Cristo e a Maria na qualidade de escravos
Num olhar humano sobre essa devoção, muitos questionam o porquê “pertencermos” a Jesus e a Maria na condição de “escravo”. No Tratado, São Luís externa à Nosso Senhor o desconhecimento, mesmo dos mais intelectuais, da relação amorosa e filial entre a Mãe e o Filho:
“Volto-me aqui, um momento, para Vós, ó Jesus, a fim de queixar-me amorosamente à Vossa divina majestade de que a maior parte dos cristãos, mesmo os mais instruídos, desconhecem a ligação imprescindível que existe entre Vós e Vossa Mãe Santíssima” (Tratado, n.63).
Como ainda encontramos muita incompreensão, mesmo entre os crentes?
Bem, se a graça de ser devoto à Santíssima Virgem nos afastasse de Nosso Senhor, de fato a Igreja sabiamente já a teria rejeitado. O que se apresenta, contudo, é totalmente o contrário, é esta devoção indispensável para entendermos a Graça Divina e encontrarmos perfeitamente Jesus Cristo, amando-o e servindo-o com fidelidade.
Mas existe diferença entre um servo e um escravo?
A resposta é sim.
Podemos dizer que um servo não dá tudo o que tem ou possuí, exige salário pelo que presta e deixa seu serviço quando não encontra mais vantagens. Um escravo, porém, se doa integralmente ao seu senhor e não exige nada em troca.
Que o espírito Santo nos conceda a graça de pertencer a Jesus Cristo e servi‑lo, não só como servos interesseiros, mas como escravos amorosos. A Deus pertencemos, Dele viemos, subsistimos e a Ele regressamos. Tudo isso iluminamos com a luz do Cristo, verdadeiro sentido de nossas vidas. São Luís nos exorta a reconhecer esse caminho por meio da Virgem Maria.
“Reconhecerão que Ela [A Virgem Maria] é o meio mais seguro, mais fácil, mais rápido e mais perfeito de chegar a Jesus Cristo, e se lhe entregarão de corpo e alma, sem restrições, para assim também pertencerem a Jesus Cristo”. São Luís Grignion
“Vós, Senhor, estais sempre com Maria, e Maria sempre convosco, nem pode estar sem Vós; doutro modo Ela deixaria de ser o que é; e de tal maneira está Ela transformada em Vós pela graça, que já não vive, já não existe: sois Vós, meu Jesus, que viveis e reinais n’Ela, mais perfeitamente do que em todos os Anjos e bem-aventurados. Ah! se conhecêssemos a glória e o amor que recebeis nesta admirável criatura, bem diferentes seriam os nossos sentimentos a respeito de Vós e d’Ela. Maria está tão intimamente unida a Vós, que mais fácil seria separar o sol da luz, e do fogo o calor; digo mais: com mais facilidade se separariam de Vós os Anjos e os santos, do que a divina Mãe, pois que Ela Vos ama com mais ardor e Vos glorifica com mais perfeição que todas as Vossas outras criaturas juntas” (Tratado, n. 63).
Confiemos nesta verdade revelada pelo Senhor a sua Igreja, onde o Pai encontra morada na qual seu Filho e seu Espírito podem habitar entre os homens. Por isso que a Tradição nos apresenta, em relação a Mãe de Deus, os mais belos textos sobre a Sabedoria: Maria é cantada e apresentada na Liturgia como «o Trono da Sabedoria». (CIC 721).
“Maria é um lugar Santo, o Santo dos Santos, em que se formam e modelam os Santos”. São Luís Grignion
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Tudo por Jesus, nada sem Maria.