Nosso querido Papa Francisco vem nos exortando que a primeira evangelização e a mais importante deve ocorrer dentro da família. O primeiro amor a Jesus nasce no seio familiar e sempre a ele devemos voltar, para nos encher desse primeiro anúncio, pois: “nada há de mais sólido, maisprofundo, mais seguro, mais consistente e mais sábio que esse anúncio” (Exortação Apostólica Amoris Laetia nº 58). Daí a importância da instituição família e do cuidado e carinho de Jesus com os homens, mulheres e crianças enquanto esteve no mundo: Jesus reafirmou aimportância da instituição familiar e nos ensinou como a cuidar dela.
A análise dos Evangelhos nos mostra que o significado do Matrimônio, para Jesus, é a plenitude da revelação, que recupera o projeto originário de Deus (Mateus 19, 3-11). O Matrimônio é dom de Deus (1 Cor. 7,7) e por ser dom, deve ser cuidado como tal, com todo zelo e vigilância. “Seja o matrimônio honrado por todos e imaculado o leito conjugal” (Heb 13, 4). Jesus, ao citar o casamento, reafirma a união indissolúvel entre o homem e a mulher (Mt 19, 6-8). Como graça permanente de Deus devemos ter o cuidado de não murmurar dizendo que o casamento é um peso, imposto aos homens, já que é “dom” berço de muitas graças concedidas às pessoas unidas em matrimônio.
A exortação Apostólica Amoris Laetia lindamente diz: “A família e o matrimônio foram redimidos por Cristo(cf. Ef 5, 21-32), restaurados à imagem da Santíssima Trindade, mistério donde brota todo o amor verdadeiro. A aliança esponsal, inaugurada na criação e revelada na história da salvação, recebe a revelação plena do seu significado em Cristo e na sua Igreja. O matrimônio e a família recebem de Cristo, através da Igreja, a graça necessária para testemunhar o amor de Deus e viver a vida de comunhão. O Evangelho da família atravessa a história do mundo desde a criação do homem à imagem e semelhança de Deus (cf. Gn 1, 26-27) até à realização do mistério da Aliança emCristo no fim dos séculos com as núpcias do Cordeiro (cf. Ap 19, 9)”
NÃO DEVEMOS CANSAR DE LEMBRAR E MEDITAR:
O maior e melhor modelo de família, que devemos seguir incansavelmente, é o da família de Nazaré. Jesus não precisava ter-se feito verbo em um seio familiar, mas assim o quis. “A aliança de amor e fidelidade, vivida pela Sagrada Família de Nazaré, ilumina o princípio que dá forma a cada família e a torna capaz de enfrentar melhor as vicissitudes da vida e da história. Sobre este fundamento, cada família, mesmo na sua fragilidade, pode tornar-se uma luz na escuridão do mundo” (Amoris Laetia 66)
O OLHAR DE JESUS SOBRE AS FAMÍLIAS:
Jesus levou o matrimônio e a família à sua forma original e também o elevou a sinal sacramental do seu amor pela Igreja (cf. Mt 19, 1-12; Mc 10, 1-12; Ef 5, 21-32). Por isso, o matrimônio nunca poderá ser considerado apenas uma convenção social, pois este é um dom para a santificação e a salvação dos esposos, porque a sua pertença recíproca é a representação real, através do sinal sacramental, da mesma relação de Cristo com a Igreja. Os esposos são, portanto, para a Igreja a lembrança permanente daquilo que aconteceu na cruz; são um para o outro, e para os filhos, testemunhas da salvação, da qual o sacramento os faz participar. O matrimônio é uma vocação, sendo uma resposta à chamada específica para viver o amor conjugal como sinal imperfeito do amor entre Cristo e a Igreja. Por isso, a decisão de se casar e formar uma família deve ser fruto de um discernimento vocacional.
A família de Nazaré ensina ainda hoje que a família – segundo o plano de Deus – deve ser formada por um casal: um homem e uma mulher, e os filhos; e não por uma caricatura de família ou “família alternativa” na qual os pais já não são um casal, mas um par do mesmo sexo. A família desses nossos tempos pós-modernos só poderá se reencontrar e salvar a sociedade se souber olhar para a Sagrada Família e copiar o seu modo de vida: serviçal, religioso, moral, trabalhador, simples, humilde, amoroso… Sem isso, não haverá verdadeira família e sociedade feliz. Diz o Papa Francisco: “Os sacramentos não servem para decorar a vida – mas que lindo matrimônio, que linda cerimônia, que linda festa!… Mas aquilo não é o sacramento, aquela não é a graça do sacramento. Aquela é uma decoração! E a graça não é para decorar a vida, é para nos fazer fortes na vida, para nos fazer corajosos, para podermos seguir em frente”. Lutemos pela santificação da minha família, da família! (Pe. Alexandre Paciolli, Meditatio 29/03/17)
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