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Podemos saber fazendo duas análises: uma análise posterior aos fatos e outra análise anterior aos fatos. Para São Paulo apóstolo sempre será necessária a manifestação para depois ocorrer o discernimento, ou seja, “análise posterior aos fatos”.
A partir dos ensinamentos deixados por São Paulo em suas cartas aos Gálatas e Efésios (Gal 5,17-23 / Ef 6,14-18),
É próprio de Deus e os seus anjos dar verdadeira alegria e gozo espiritual, tirando toda tristeza e perturbação induzidas pelo inimigo. É próprio do mau espírito combater essa alegria com razões aparentes, sutilezas e frequentes ilusões. Analisando os efeitos produzidos em nós, podemos assim discernir qual espírito estaria nos inspirando.
Rm 13,11-14: “Despojemo-nos das obras das trevas e vistamo-nos das armas da luz. Comportemo-nos honestamente, como em pleno dia… “revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não façais caso da carne nem lhe satisfaçais aos apetites.”
Estamos todos em um grande cenário no qual o céu e a terra nos olham. Que mensagem estamos dando com nossa forma de vida? Irradiamos luz ou escuridão? A forma como vivemos atrai mais luz ou escuridão? Se o demônio não conseguir nos levar para a escuridão, tentará nos manter na categoria dos medíocres, do cinza, que não é agradável a Deus. Por isso “vigiai e orai” (cf. Mt 26,41).
“…foi-me dado um espinho na carne (stimulus carnis)… Três vezes roguei ao Senhor que o apartasse de mim” (II Cor 12,7-8). Deus sabe quanto amava o Sagrado Coração a Paulo! E qual foi a resposta? “Basta-te minha graça, porque é na fraqueza que se revela totalmente a minha força” (II Cor 12,9).
Se inclusive São Paulo teve maus pensamentos, também nós os havemos de ter. Este é o objetivo das regras de discernimento dos espíritos: determinar de quem procedem as moções interiores que afetam nosso espírito. Com base no exercício proposto na semana passada (exame de consciência segundo Santo Inácio de Loyola) sigamos essa semana nos vigiando para saber quais influências tem orientado nossas ações. Peçamos a Deus incessantemente a luz do discernimento, porque os pensamentos e afetos mortais são incertos e muito
“Vigiai! Sede firmes na fé! Sede homens! Sede fortes!” (I Cor 16,13). São Paulo motiva e nos mostra que deveríamos afastar de nós qualquer desalento: “Deus é fiel: não permitirá que sejais tentados além das vossas forças, mas com a tentação ele vos dará os meios de suportá-la e sairdes dela” (I Cor 10,13).
Outras fontes e referências – Mt 26,41; I Tim 4; Rm 12,21; Fil 4,13; CIC 402 – 412.
Assim nos ensina Papa Francisco em sua meditação diária de 11/10/2013:
“Estes são, portanto, os critérios para responder aos desafios colocados pela presença do diabo no mundo: a certeza de que “Jesus luta contra o diabo”; “Quem não está com Jesus é contra Jesus”; e “vigilância”. Devemos ter em mente que o diabo é astuto: ele nunca é expulso para sempre, apenas no último dia”. Porque quando “o espírito impuro sai do homem”, ele lembrou, citando o Evangelho, “ele percorre lugares áridos, procura um lugar para descansar e, quando não o encontra, ele diz: voltarei para minha casa de onde saí. Ao retornar, é varrido e consertado. Então ele vai e toma outros sete espíritos piores que ele e começa a morar lá. E o fim desse homem é pior que o começo.”
São Paulo utiliza uma alegoria de armas de ataque e defesa para referir-se às virtudes cristãs, afinal, por acaso a confirmação não nos torna soldados de Cristo? São Paulo, no último capítulo de sua Carta aos Efésios, escreveu: “Ficai alerta, à cintura cingidos com a verdade, o corpo vestido com a couraça da justiça, e os pés calçados de prontidão para anunciar o Evangelho da paz. Sobretudo, embraçai o escudo da fé, com que possais apagar todos os dardos inflamados do Maligno. Tomai, enfim, o capacete da salvação e a espada do Espírito, isto é, a Palavra de Deus. Intensificai as vossas invocações e súplicas. Orai em toda circunstância, pelo Espírito, no qual perseverai em intensa vigília de súplica por todos os cristãos” (Ef 6, 14-18).
Vigie para saber quais influências tem orientado suas ações. Peça a Deus incessantemente a luz do discernimento, porque os pensamentos e afetos mortais são incertos e muito duvidosos. E só por Deus, que vê o íntimo dos corações, é que se compreende nossos espíritos. Medite em cima da passagem de Gálatas 5, 17-23.
Tudo por Jesus nada sem Maria!