A história de Marguerite Alacoque
“Quando se ama, tudo fala de amor, até nossos trabalhos que requerem nossa total atenção podem ser um testemunho de nosso amor”
Infância
Marguerite Alacoque, nasceu em 22 de julho de 1647, em Borgonha na França. Seus pais eram católicos e desde pequena se empenhou em não dar desgostos a Deus. Narra que logo que teve consciência de si mesma, Deus infundiu em sua alma um verdadeiro horror ao mínimo pecado. Por isso, com apenas quatro anos, sem nem mesmo saber o que isso significava, dizia: “Ó meu Deus, eu Vos consagro minha pureza e Vos faço voto de castidade perpétua” (N. 2 de sua autobiografia)
Perdeu o pai muito nova, ficando ela e os 4 irmãos aos cuidados apenas da mãe, que para sustentar a numerosa família, não ficava muito tempo em casa. Sua família passou por muitas dificuldades. Entrou para a escola das Clarissas pobres, onde se sentiu atraída pela vida das religiosas e recebeu a comunhão aos nove anos, algo pouco comum para a época. Dois anos mais tarde, contraiu uma doença reumática dolorosa que a obrigou a ficar de cama até os 15 anos e, por isso, teve que regressar para sua casa. Buscou alívio na Virgem Maria, a quem prometeu que, se ficasse saudável, se tornaria uma de suas filhas e, assim, recuperou a saúde. Logo após ser curada, Margarida Maria “esqueceu” da promessa que havia feito e passou a buscar liberdade e diversões, ficando, até mesmo, desleixada na oração. A rigidez com a qual sua avó e duas tias, que cuidavam da casa, a tratavam lhe fez, no entanto, voltar-se, novamente, ao Pai. Os sofrimentos pelos quais passava eram todos entregues à Jesus em adoração.
Juventude
Na juventude, era atraída pela oração, tendo o próprio Senhor lhe ensinado a rezar. Era uma experiência contemplativa tão profunda, que ela não queria mais fazer oração vocal, apenas adorar em silencio o Senhor, no Santíssimo Sacramento.
Vida Religiosa
Com 23 anos ingressou no Mosteiro da Visitação, de Paray-le-Monial, e quando fez seus votos acrescentou “Maria” ao seu nome. Abrasada do amor de Deus, Margarida logo começou a ser beneficiada por muitas experiências místicas onde o Senhor lhe revelou as maravilhas de Seu amor e os segredos inexplicáveis de Seu Sagrado Coração. Nestas revelações Nosso Senhor incumbiu Margarida de divulgar a devoção ao Seu Sagrado Coração. O próprio Jesus lhe constituiu como discípula do Sagrado Coração, após fazê-la repousar, diante do Santíssimo, em seu Sagrado Coração, dizendo a ela: “O meu divino Coração está abrasado de amor para com os homens, e em particular para contigo. Não podendo conter mais em si as chamas de sua ardente caridade, precisa derramá-las por teu meio e manifestar-se a eles, para enriquecê-los com teus preciosos tesouros”.
Margarida Maria, no entanto, sentia-se indigna e insignificante diante de Deus, sentia verdadeiro horror de falar de si mesma. Relutava, por isso, a obedecer a seus superiores, que determinaram que ela contasse todas as suas experiências místicas por escrito. Chegou a queimar, várias vezes, seus manuscritos. Perto de seu falecimento, Margarida Maria pediu que uma irmã destruísse o último manuscrito escrito por ela, mas ela foi aconselhada a entregá-lo para a Madre Superiora. Foi assim que a humanidade conheceu os escritos de Santa Margarida Maria e, através deles, começou a Devoção ao Preciosíssimo Sagrado Coração de Jesus, que hoje é coluna da Espiritualidade da Comunidade Olhar Misericordioso.
Margarida Maria de Alacoque, faleceu aos 43 anos de idade. Humilde irmã religiosa da Visitação, foi escolhida por Deus para revelar ao mundo Seu amor imenso aos homens, centrado na misericórdia, no sacramento da Eucaristia, no mistério redentor. O Sagrado Coração de Jesus, cercado de chamas, rodeado de uma coroa de espinhos, revelou-se a ela em diversas oportunidades. Beatificada em 18 de setembro de 1964, canonizada em 13 de maio de 1920, a Igreja reconheceu ter sido Margarida Maria uma alma privilegiada dentro dos planos insondáveis da Providência Divina.
Resposta ao seu tempo
No período em que Santa Margarida viveu, a França era governada pelo Rei Luiz XIV (auto intitulado Rei Sol) e ocorreram duas guerras ocasionadas por lutas para aquisição de territórios. Além disso, seu nascimento coincide com o fim das reformas protestantes, que tiveram seu auge no século anterior (XV). Santa Margarida Maria de Alacoque encontrou a Igreja Católica dividida, tendo surgido, a essa altura, várias outras religiões, como Luteranos, Anglicanos, Batistas, etc., que, como sabemos, não acreditam na consagração do Pão e Vinho em Corpo e Sangue de Jesus.
Santa Margarida Maria de Alacoque, rogai por nós!
Tudo por Jesus, nada sem Maria.
Duc in altum