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Conheça a origem do presépio e o significado de cada figura

10/12/2022 . Formações

“O Presépio é como um Evangelho vivo que transvaza das páginas da Sagrada Escritura” (Papa Francisco).

Sem Jesus não há Natal! O nascimento de Cristo em Belém é um evento único e extraordinário que mudou o curso da história. Todas as luzes, sons, comidas características e várias tradições dessa época contribuem para criar uma atmosfera de festa, mas com Jesus no centro! Se nós O tiramos do centro, a luz se apaga e tudo perde o sentido. Ao longo desses dias de preparação para o Natal do Senhor busquemos viver o “verdadeiro Natal” através da contemplação do Presépio. Procuremos encontrar um momento para parar e fazer um pouco de silêncio. 

Origem do Presépio

  • Sagrada Escritura

Numa reflexão sobre o significado e valor do presépio, o Papa Francisco escreve na Admirabile Signum. Sua origem deve-se, primeiramente, ao relato presente no Evangelho de São Lucas, que segundo o Sumo Pontífice “limita-se a dizer que, tendo-se completado os dias de Maria dar à luz, ‘teve o seu filho primogénito, que envolveu em panos e recostou numa manjedoura, por não haver lugar para eles na hospedaria’ (2, 7). Jesus é colocado numa manjedoura, que, em latim, se diz praesepium, donde vem a nossa palavra presépio.”

  • Padres da Igreja

Santo Agostinho, bem como outros padres da Igreja, se utilizam dessa simbologia e diz: “Deitado numa manjedoura, torna-Se nosso alimento”. Cristo é “o pão vivo, o que desceu do céu” (Jo 6, 51)

  • São Francisco

Graças à São Francisco, temos o Presépio tal como entendemos. De acordo com as Fontes Franciscanas, cerca de quinze dias antes do Natal, o pobre de Assis estava em Gréccio na Itália; encontrando um homem chamado João, lhe fez um pedido: 

“Quero representar o Menino nascido em Belém, para de algum modo ver com os olhos do corpo os incómodos que Ele padeceu pela falta das coisas necessárias a um recém-nascido, tendo sido reclinado na palha duma manjedoura, entre o boi e o burro”. 

O senhor aceita o pedido do Santo e o relato segue dizendo: “No dia 25 de dezembro, chegaram a Gréccio muitos frades, vindos de vários lados, e também homens e mulheres das casas da região, trazendo flores e tochas para iluminar aquela noite santa. Francisco, ao chegar, encontrou a manjedoura com palha, o boi e o burro. À vista da representação do Natal, as pessoas lá reunidas manifestaram uma alegria indescritível, como nunca tinham sentido antes. Depois o sacerdote celebrou solenemente a Eucaristia sobre a manjedoura, mostrando também deste modo a ligação que existe entre a Encarnação do Filho de Deus e a Eucaristia. Em Gréccio, naquela ocasião, não havia figuras; o Presépio foi formado e vivido pelos que estavam presentes. 

O Papa Francisco conclui dizendo: “Assim nasce a nossa tradição: todos à volta da gruta e repletos de alegria, sem qualquer distância entre o acontecimento que se realiza e as pessoas que participam no mistério.”

“O Presépio representa o acontecimento da natividade de Jesus. Ali, com simplicidade e alegria, é anunciado o mistério da encarnação do Filho de Deus. “De fato, a vida manifestou-se” (1 Jo 1, 2)!

Para o Sumo Pontífice, o presépio nos causa tanta emoção e nos comove porque representa a ternura de Deus. “Ele, o Criador do universo, abaixa-Se até à nossa pequenez. O dom da vida, sempre misterioso para nós, fascina-nos ainda mais ao vermos que Aquele que nasceu de Maria é a fonte e o sustento de toda a vida”. Por isso, incentiva e ressalta a importância de sua presença nos lares, ao dizer, “a sua representação no Presépio ajuda a imaginar as várias cenas, estimula os afetos, convida a sentir-nos envolvidos na história da salvação, contemporâneos daquele evento que se torna vivo e atual nos mais variados contextos históricos e culturais. 

Sinais do presépio e seus significados, segundo o Papa Francisco

  • Céu estrelado na escuridão e no silêncio da noite

“Pensemos nas vezes sem conta que a noite envolve a nossa vida. Pois bem, mesmo em tais momentos, Deus não nos deixa sozinhos, mas faz-Se presente para dar resposta às questões decisivas sobre o sentido da nossa existência: Quem sou eu? Donde venho? Por que nasci neste tempo? Por que amo? Por que sofro? Por que hei de morrer? Foi para dar uma resposta a estas questões que Deus Se fez homem. A sua proximidade traz luz onde há escuridão, e ilumina a quantos atravessam as trevas do sofrimento (cf. Lc 1, 79).”

  • Os anjos e a estrela-cometa! 

“São o sinal de que também nós somos chamados a pôr-nos a caminho para ir até à gruta adorar o Senhor.”

  • As ovelhas e os pastores!

“Como preanunciaram os profetas, que toda a criação participa na festa da vinda do Messias.” (…) “Ao contrário de tanta gente ocupada a fazer muitas outras coisas, os pastores tornam-se as primeiras testemunhas do essencial, isto é, da salvação que nos é oferecida. São os mais humildes e os mais pobres que sabem acolher o acontecimento da Encarnação. A Deus, que vem ao nosso encontro no Menino Jesus, os pastores respondem, pondo-se a caminho rumo a Ele, para um encontro de amor e de grata admiração. É precisamente este encontro entre Deus e os seus filhos, graças a Jesus, que dá vida à nossa religião e constitui a sua beleza singular, que transparece de modo particular no Presépio.”

  • A Virgem Maria

“Maria é uma mãe que contempla o seu Menino e O mostra a quantos vêm visitá-Lo. A sua figura faz pensar no grande mistério que envolveu esta jovem, quando Deus bateu à porta do seu coração imaculado. Ao anúncio do anjo que Lhe pedia para Se tornar a mãe de Deus, Maria responde com obediência plena e total. As suas palavras – ‘eis a serva do Senhor, faça-se em Mim segundo a tua palavra’ (Lc 1, 38) – são, para todos nós, o testemunho do modo como abandonar-se, na fé, à vontade de Deus. Com aquele ‘sim’, Maria tornava-Se mãe do Filho de Deus, sem perder – antes, graças a Ele, consagrando – a sua virgindade. N’Ela, vemos a Mãe de Deus que não guarda o seu Filho só para Si mesma, mas pede a todos que obedeçam à palavra d’Ele e a ponham em prática (cf. Jo 2, 5).”

  • São José

“Ao lado de Maria, em atitude de quem protege o Menino e sua mãe, está São José. Geralmente, é representado com o bordão na mão e, por vezes, também segurando um lampião. São José desempenha um papel muito importante na vida de Jesus e Maria. É o guardião que nunca se cansa de proteger a sua família. Quando Deus o avisar da ameaça de Herodes, não hesitará a pôr-se em viagem emigrando para o Egito (cf. Mt 2, 13-15). E depois, passado o perigo, reconduzirá a família para Nazaré, onde será o primeiro educador de Jesus, na sua infância e adolescência. José trazia no coração o grande mistério que envolvia Maria, sua esposa, e Jesus; homem justo que era, sempre se entregou à vontade de Deus e pô-la em prática.”

  • Menino Jesus

“Assim Se nos apresenta Deus, num menino, para fazer-Se acolher nos nossos braços. Naquela fraqueza e fragilidade, esconde o seu poder que tudo cria e transforma. Parece impossível, mas é assim: em Jesus, Deus foi criança e, nesta condição, quis revelar a grandeza do seu amor, que se manifesta num sorriso e nas suas mãos estendidas para quem quer que seja.

O nascimento duma criança suscita alegria e encanto, porque nos coloca perante o grande mistério da vida. Quando vemos brilhar os olhos dos jovens esposos diante do seu filho recém-nascido, compreendemos os sentimentos de Maria e José que, olhando o Menino Jesus, entreviam a presença de Deus na sua vida.”

  • Os três Reis Magos

“Os Magos ensinam que se pode partir de muito longe para chegar a Cristo: são homens ricos, estrangeiros sábios, sedentos de infinito, que saem para uma viagem longa e perigosa e que os leva até Belém (cf. Mt 2, 1-12). À vista do Menino Rei, invade-os uma grande alegria. Não se deixam escandalizar pela pobreza do ambiente; não hesitam em pôr-se de joelhos e adorá-Lo. Diante d’Ele compreendem que Deus, tal como regula com soberana sabedoria o curso dos astros, assim também guia o curso da história, derrubando os poderosos e exaltando os humildes. E de certeza, quando regressaram ao seu país, falaram deste encontro surpreendente com o Messias, inaugurando a viagem do Evangelho entre os gentios.”

Reflexão

“O Céu aguarda a festa solene do Natal! Os Anjos todos se alinham para o grande canto: ‘Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por Ele amados!’. O nascimento de Cristo! Promessa de paz! Maria Santíssima e São José estão em Belém e buscam hospedagem, mas não acham! Que agonia! Corra, ajude-os! São José está tocando na porta de seu coração! Você o escuta!? Ele lhe apresenta a Maria Santíssima grávida de Jesus Cristo, sentindo já as dores do parto! Que alegria, mas que agonia! Olhe para Nossa Senhora, Ela clama para você: ‘Abra, por favor, seu coração para meu Filho! Preciso de hospedagem para Ele nascer nele!’. Os Céus estão expectantes da SUA resposta! Abrirei de par em par as portas de meu coração? A Sagrada Família nele encontrará descanso? Filhas e filhos! Apressem-se em abrir e vocês terão uma profunda experiência com Jesus, bebê que nascerá, humilde e pequeno, mas INFINITAMENTE Misericordioso!” (Meditatio escrita por Pe. Alexandre Paciolli, iCM em 24/12/2018)

Referências:

Admirabile Signum, Papa Francisco

Tomás de Celano, Vida Primera, 84: Fuentes franciscanas (FF), n. 468.

[2] Cf. ibíd., 85: FF, n. 469.

[3] Ibíd., 86: FF, n. 470.

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