Augusta Rainha!
Seguimos acompanhando as catequeses do Papa Francisco na Audiência Geral.
Nesta quarta feira, 23, o Sumo Pontífice seguiu falando sobre o discernimento, e na nona catequese falou sobre a consolação, com o mesmo objetivo da última audiência: explicar o que de fato é consolação.
O que é consolação espiritual?
Para responder a essa pergunta, o Papa dá alguns pontos:
“uma experiência de alegria interior, que permite ver a presença de Deus em tudo; ela revigora a fé e a esperança, assim como a capacidade de fazer o bem.”
“consolação é um movimento íntimo, que toca o fundo de nós próprios. Não é vistosa, mas suave, delicada, como uma gota de água sobre uma esponja”
A consolação dá, segundo o Bispo de Roma, uma resiliência diante dos obstáculos, bem como uma grande alegria. Aquele que é consolado sente-se abraçado pela presença de Deus, de uma maneira sempre respeitosa da própria liberdade.
Os santos e a consolação
Para facilitar a nossa compreensão sobre o tema, e para deixa-lo mais próximo de nós, o Papa nos dá alguns exemplos dos santos que experimentaram essa consolação:
Santo Agostinho, quando conversava com Santa Mônica sobre a beleza da vida eterna, São Francisco quando fala da perfeita alegria, a paz que Santo Inácio sentia admirando a vida dos santos, Santa Teresa Benedita da Cruz, ao ser batizada.
“[A consolação é] uma paz genuína, uma paz que faz brotar os bons sentimentos em nós.”
A paz da consolação
A consolação, sim, traz paz para nós, mas o Sucessor de Pedro nos alerta para o tipo de paz: “A consolação é uma paz deste como esta mas não para permanecer sentados ali, gozando-a, não; ela dá-te a paz e atrai-te para o Senhor e põe-te a caminho para realizar, fazer coisas boas. Em tempo de consolação, quando estamos consolados, vem-nos vontade de praticar tanto bem, sempre.”
A consolação, continua o Papa, não é “pilotável”, ou seja, não podemos dizer quando ela virá ou quando nos deixará, mas é dada por Deus.
Pela consolação nós fazemos tudo com a espontaneidade como de uma criança, como afirma Santa Teresinha após o episódio em que ela, com 14 anos, procura tocar o prego ali venerado: “Fui verdadeiramente demasiado audaz. Mas o Senhor vê o fundo do coração, sabe que a minha intenção era pura […]. Agi com Ele como uma criança, que acredita que tudo lhe é permitido, e considera os tesouros do Pai como seus” (Manuscrito autobiográfico, 183).
Pela consolação nós nos sentimos mais audazes, coisas que nós não faríamos na desolação, por não nos achar capazes, podem ser feitas por nós na consolação, porque acima de todo nós sentimos a força de Deus. ““Sinto a força de Deus e vou em frente”. E assim a consolação impele-te a ir em frente e a fazer coisas que em tempo de desolação não serias capaz; impele-te a dar o primeiro passo. Este é o aspeto bonito da consolação.”
Consolação humana ou consolação divina?
Temos que ter, como alerta o Santo Padre, cuidado, atenção, pois a consolação pode ser humana, e não divina. Eis as diferenças, segundo o Papa Francisco: “Se a consolação autêntica for como uma gota sobre uma esponja, será suave e íntima; as suas imitações serão mais barulhentas e vistosas, são mero entusiasmo, são fogos de palha, sem consistência, levam a fechar-se em si mesmas, e a não se preocupar com os outros. No final, a falsa consolação deixa-nos vazios, distantes do centro da nossa existência. Por isso, quando nos sentimos felizes, em paz, somos capazes de fazer qualquer coisa. Mas não confundamos aquela paz com um entusiasmo passageiro, pois há o entusiasmo hoje, depois diminui e deixa de haver”
O Papa segue dizendo que é necessário discernir, pelos frutos e pelos efeitos, se é consolação divina ou humana, e nos exorta:
“Como diria São Bernardo, procuram-se as consolações de Deus, não se procura o Deus das consolações. Devemos procurar o Senhor e, com a sua presença, o Senhor consola-nos, faz-nos ir em frente.”
Tudo por Jesus nada sem Maria