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Contemplação do presépio: preparando nosso coração para o nascimento do menino Jesus.

19/12/2021 . Formações

Quando representamos a cena do nascimento de Jesus estamos anunciando o mistério da encarnação do Filho de Deus. O presépio é o Evangelho vivo e quando o contemplamos somos convidados a colocarmo-nos espiritualmente a caminho, a viver a humildade que aquela cena revela. Somos atraídos pelo Deus que se fez homem, que se uniu a nós, a nos deixamos a unirmo-nos a Ele.

O presépio foi criado por São Francisco de Assis, que o montou, pela primeira vez, numa gruta na Itália. Na época a Igreja não permitia fazer representações litúrgicas, mas São Francisco pediu dispensa ao Papa, pois queria que o povo de Deus tivesse a noção real da cena do nascimento de Cristo, facilitando a compreensão desse tão sublime acontecimento.

Papa Francisco diz: “o Presépio é um convite a “sentir”, a “tocar” a pobreza que escolheu, para Si mesmo, o Filho de Deus na sua encarnação, tornando-se assim, implicitamente, um apelo para O seguirmos pelo caminho da humildade, da pobreza, do despojamento, que parte da manjedoura de Belém e leva até à Cruz, e um apelo ainda a encontrá-Lo e servi-Lo, com misericórdia, nos irmãos e irmãs mais necessitados”.

SINAIS DO PRESÉPIO: 1) O céu estrelado: é representado na escuridão e no silêncio da noite recordando-nos dos momentos escuros que passamos em nossas vidas, mas também de que só Jesus é capaz de trazer-nos luz e esperança nesses momentos; 2) Paisagem: as montanhas, os riachos, as ovelhas e os pastores nos lembram que toda a criação participa da festa da vinda do Messias; 3) Os anjos e a estrela cadente: são sinais de que também nós somos chamados a pôr-nos a caminho para ir até à gruta adorar o Senhor. 4) Reis Magos: eles eram homens sábios. Conheciam astronomia, medicina e matemática. Quando os Magos se curvam a Jesus, representam que o Salvador é soberano à ciência. 5) Ouro, Incenso e Mirra: o ouro representa a honra a realeza de Jesus; o incenso, a sua divindade; a mirra, a sua humanidade sagrada que experimentará a morte. 6) José: é o guardião que não se cansa de proteger sua família. Primeiro educador de Jesus, homem justo que sempre se entregou à vontade de Deus e a pois em prática; 7) Maria: aquela que disse ‘sim’ à vontade de Deus, e por ela a humanidade recebeu Jesus. Não guarda o seu Filho só para Si mesma, mas pede a todos que obedeçam à palavra d’Ele e a ponham em prática. 8) Menino Jesus: em Jesus, Deus foi criança e, nesta condição, quis revelar a grandeza do seu amor, que se manifesta num sorriso e nas suas mãos estendidas para quem quer que seja.

A FIGURA DE MARIA E A VIRTUDE DA CARIDADE

Na 4ª e última semana do advento somos convidados a contemplar a cena da visita de Maria a sua prima Isabel (Lucas 1,39-45). Maria e Isabel estão alegres com a chegada do Salvador, mas o que mais nos chama atenção é a frase de Isabel à sua prima: “Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar?” Maria, mesmo já consciente de que seria a mãe do próprio Deus, se dignou a ir à pressas atender a quem precisava. O que a moveu a sair correndo? Com certeza a caridade, que ela tinha em tão grande quantidade em seu coração que a fazia se esquecer de si e só pensar no próximo. Maria estava sempre atenta à necessidade do outro e pronta a atende-la. A Bíblia nos traz vários exemplos disso, como nas Bodas de Caná. Não esperava que pedissem. Agia sem esperar nada em troca. Maria amava o próximo como Deus nos ama. Isso é a caridade.

A caridade é uma virtude teologal, ou seja, é graça de Deus e sendo graça temos que pedi-la. É a mais importante virtude. É o vínculo da perfeição (Cl 3, 14) e a forma das virtudes: articula-as e ordena-as entre si; é a fonte e o termo da sua prática cristã. A caridade assegura e purifica a nossa capacidade humana de amar e eleva-a à perfeição sobrenatural do amor divino. Por ela amamos a Deus sobre todas as coisas por Ele mesmo, e ao próximo como a nós mesmos, por amor de Deus. Portanto, mesmo que amemos o próximo com todo o nosso coração, se não houver amor a Deus, não há Caridade. Os frutos da caridade são: a alegria, a paz e a misericórdia; exige a prática do bem e a correção fraterna; é benevolente; suscita a reciprocidade, é desinteressada e liberal: é amizade e comunhão. A prática da vida moral animada pela caridade dá ao cristão a liberdade espiritual dos filhos de Deus.

PALAVRAS DO SERVO FUNDADOR Pe. Alexandre Paciolli, iCM

“Por que Jesus quis nascer numa gruta? Será que como nosso Deus não poderia ter providenciado algo melhor? Deus está nos dando recados muito importantes: – Que Ele ama a pobreza (desprendimento dos bens materiais). Já adulto Jesus vai dizer: ”Bem-aventurados os que têm um coração de pobre, porque deles é o Reino dos Céus!” (Mt 5,3). Muito, mas muito cuidado para os bens materiais não se tornem deuses. – Que Ele ama a simplicidade. Basta depois ver o modo como Ele escolheu viver. Simples e digno. Papa Francisco disse no 24/dez/2018: “Depois, entrando na gruta, ao vislumbrar na terna pobreza do Menino uma nova fragrância de vida, a da simplicidade, perguntemo-nos: será verdade que preciso de tantas coisas, de receitas complicadas para viver? Quais são os contornos supérfluos de que consigo prescindir para abraçar uma vida mais simples?” – Que não precisamos de muitas coisas para ser felizes. Tendo Deus no centro, a felicidade está garantida. De fato a palavra Belém significa casa do pão… Como que Jesus diz: “Não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus” (Mt 4,4). Reparto o pão com os mais pobres?- Que a família pode vencer qualquer obstáculo quando está junta: Maria e José superaram todas as dificuldades para que Jesus nascesse. Entre outros recados mais de Deus…”

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