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Discernimento de espíritos e alguns segredos da luta espiritual

24/10/2022 . Formações

Regras elementares para o discernimento de espíritos e bom combate espiritual

Jo 7, 1 – “A vida do ser humano é uma luta sobre a terra”

Antes de entrarmos no estudo das regras de discernimento do espírito é importante entendermos que vivemos em
constante combate espiritual, em disputa pelo tesouro mais precioso: nossa alma. A vida espiritual é uma luta diária
para a qual devemos estar sempre preparados, conforme nos ensina São Paulo em Efésios 6,10-17!

Mas o demônio existe mesmo ou é uma figura de
linguagem?

“Pois não é contra homens de carne e sangue que temos de lutar, mas contra os principados e potestades, contra os príncipes deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal (espalhadas) nos ares” (Ef 6,11-12).

Essa é uma das grandes artimanhas utilizadas por “ele”: a conspiração do descaso. O que faz do diabo um grande perigo a ser enfrentado é a sua capacidade de se mimetizar, a inconstância que reforça o seu poder enganador. De fato, em cada época há o diabo que corresponde melhor aos seus pesadelos: bode maléfico, nuvem de cogumelo
atômico, entre tantas outras imagens. Mas que o homem negue a existência do diabo é o sucesso mais estrepitoso do próprio diabo.

Na memorável audiência de 15 de novembro de 1972, Paulo VI alude ao demônio ao recordar a dura e triste realidade daquela época italiana: “Não quer dizer que todo o pecado seja devido diretamente à ação diabólica; mas também é verdade que aquele que não vigia, com certo rigor moral, a si mesmo (cf. Mt 12,45; Ef 6,11), se expõe ao influxo do “mysterium iniquitatis”, ao qual São Paulo se refere (2Ts 2,3-12) e que torna problemática a alternativa da nossa salvação.”

Como podemos discernir entre esses espíritos?

Existem regras para de alguma maneira se sentir e conhecer de quem procedem as moções interiores que afetam nosso espírito. Elas serão tratadas se forma mais aprofundada nas próximas formações, quando abordaremos o discernimento de espíritos segundo São Paulo e segundo Santo Inácio de Loyola.

Nos deteremos em conhecer regras elementares para o discernimento de espíritos e bom combate espiritual, especialmente à luz da espiritualidade Olhar Misericordioso, que tem como co-padroeira Santa Faustina Fowalska, a quem Jesus revelou 25 segredos da luta espiritual (cf. no 1760 do Diário):

“Minha filha, quero instruir-te sobre a luta espiritual. Nunca confies em ti, mas entrega-te inteiramente à Minha Vontade. Na desolação, nas trevas e diversas dúvidas, recorre a Mim e ao teu diretor espiritual; ele te responderá sempre em Meu Nome. Não comeces a discutir com nenhuma tentação; encerra-te logo no Meu Coração e, na primeira oportunidade, conta-a ao confessor. Coloca o amor-próprio em último lugar, para que não contagie as tuas ações. Com grande paciência, suporta-te a ti mesma. Não descuides as mortificações interiores. Justifica sempre em ti, o juízo das Superiores e do Confessor. Foge dos que murmuram, como se da peste. Deixa que todos procedam como lhes aprouver; age tu antes como estou a exigir-te. Observa a Regra o mais fielmente possível. E, se experimentares dissabores, pensa antes no que poderias fazer de bom pela pessoa que te faz sofrer. Evita a dissipação. Cala-te, quando te repreenderem; não peças a opinião a todos, mas do teu diretor: diante dele sê franca e simples como uma criança. Não te desencorajes com a ingratidão; não indagues com curiosidade os caminhos pelos quais te conduzo; quando o enfado e o desânimo bateram à porta do teu coração. Foge de ti mesma e esconde-te no Meu Coração. Não tenhas medo da luta: a própria coragem muitas vezes afasta as tentações, que não ousa então acometer-nos. Combate sempre com a profunda convicção de que eu estou contigo. Não te guias pelo sentimento, porque ele nem sempre está em teu poder, porem todo o mérito reside na vontade. Nas mínimas coisas sê sempre submissa às superioras. Não te iludo com perspectivas da paz, e de consolos, mas prepara-te antes para grandes batalhas. Fica a saber que estás atualmente em cena e que toda a Terra e o Céu inteiro te observam. Luta como valorosos cavaleiros, para que eu possa recompensar-te; e não temas, porque não estás sozinha.”

Leia mais: Estamos numa batalha espiritual? Perigos do Marxismo Cultural hoje

Tão pronto se saiba que uma “inspiração” venha do demônio, há que rechaçar sem duvidar. Padre Tarradas dizia: “com o demônio não se brinca”.

Diz o Catecismo da Igreja Católica, no nº 2752 sobre a importância da oração nesse combate:

“A oração pressupõe esforço e luta contra nós mesmos e contra as ciladas do Tentador. O combate da oração é inseparável do «combate espiritual» necessário para agir habitualmente segundo o Espírito de Cristo: ora-se como se vive, porque se vive como se ora.”

E o que vem a ser “espírito” para que possamos adquirir o discernimento?

Leia mais: A oração e o discernimento- Audiência Geral do Papa Francisco

“Espírito é um impulso, uma moção ou inclinação interior do nosso ânimo para alguma coisa que, na ordem do entendimento, seja verdadeira ou falsa e, na ordem da vontade seja boa ou má” (Padre Giovanni Battista Scarameli).

Padre Scarameli ensina ainda que existem três tipos de espíritos: divino, diabólico e humano (Deus, o demônio e a nossa vontade). O Espírito Divino é a moção interior que sempre nos inclina para o verdadeiro e nos afasta do falso. Algumas vezes Deus realiza esta moção por Si mesmo, com a ajuda de suas iluminações e piedosos afetos, e outras por intermédio dos anjos, internamente nos incitando ao bem. O espírito diabólico nos ronda e nos move para o que é mal. Quando o demônio nos assalta por ele mesmo, ingere em nossos ânimos amargura de espírito, porque excita pensamentos turvos, afetos inquietos, desconfianças, queda de ânimo, invejas, ódio, rancor, tédio, melancolia. O espírito humano é a uma inclinação da natureza humana, corrompida pelo pecado original, àquelas coisas que são conforme o aproveitamento e benefício do corpo, vontade débil e fraca. Para São Bernardo esse seria o pior espírito porque está entranhado em nós e com ele somos tentados por nós mesmos.

Busque  fazer um profundo exame de consciência e analise como está agindo no decorrer do dia. Caso necessário, busque a confissão. 

Modo de fazer o exame de consciência

Primeiro, dar graças a Deus nosso Senhor pelos benefícios recebidos. Segundo, pedir graça para conhecer os pecados e libertar-se deles. Terceiro, pedir conta à alma, desde a hora em que se levantou até ao exame presente, hora por hora ou período por período, primeiramente dos pensamentos, depois das palavras e depois das obras, pela mesma ordem que se disse no exame particular. Quarto, pedir perdão, à Deus nosso Senhor, das faltas. Quinto, propor emenda, com Sua graça.

Magistério Pontífico sobre a realidade dos demônios

Livrai-nos do mal – Audiência Geral 15/11/1971 – Papa Paulo VI 

Catecismo da Igreja Católica 391 a 412

Cap. I e II do livro Discernimento dos Espíritos – Padre Giovanni Battista Scarameli

Livro: Exercícios Espirituais – Santo Inácio de Loyola

Foto retirada do link

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