Augusta Rainha!

No último dia de agosto o Papa Francisco iniciou uma nova série de catequeses. Dessa vez, após abordar o assunto sobre a velhice, fala sobre o discernimento.

Na primeira, o Papa nos apresenta o que é discernimento, e para isso ele dá algumas características:

1. é importante: “Discernir é um ato importante que se refere a todos, pois as escolhas constituem uma parte essencial da vida”;
2. é um exercício de inteligência, perícia e vontade;
3. envolve os afetos: “quem encontrou o tesouro não tem dificuldade de vender tudo, tão grande é a sua alegria (cf. Mt 13, 44)”;
4. exige esforço;
5. é pessoal;
6. o discernimento é árduo, mas indispensável para viver.

Santo Inácio e o discernimento

O Sucessor de Pedro, nessa segunda catequese, nos apresenta o exemplo de um grande Santo da Igreja: Santo Inácio de Loiola. A partir da sua experiência com as vidas dos santos, em meio a uma enfermidade, ele aprende a reconhecer os sinais de Deus de onde estaria a verdadeira felicidade.

No entanto, Inácio começa também a notar diferenças. Na sua Autobiografia – na terceira pessoa – escreve assim: «Pensando nas coisas do mundo – e nas coisas cavaleirescas, entende-se – sentia muito prazer, mas quando, por cansaço, as abandonava, sentia-se vazio e desiludido. Ao contrário, ir descalço a Jerusalém, alimentar-se unicamente de ervas, praticar todas as austeridades que tinha conhecido como habituais para os santos, eram pensamentos que não só o consolavam quando meditava sobre eles, mas até depois de os abandonar o deixavam satisfeito e cheio de alegria» (n. 8); deixavam-lhe um traço de alegria.

Aqui, o Papa destaca duas características para o discernimento: o tempo e o ponto de chegada dos pensamentos.

O exemplo dos santos

Para nós, Santo Inácio deixa uma dica de como os santos nos ajudam no discernimento:

Por isso, Inácio sugerirá a leitura da vida dos santos, pois eles mostram de modo narrativo e compreensível o estilo de Deus na vida das pessoas não muito diferentes de nós, porque os santos eram de carne e osso, como nós. As suas ações falam com as nossas, ajudando-nos a compreender o seu significado.

Aproveitar as “surpresas de Deus”

O Sumo Pontífice retoma um assunto que ele já havia falado: as surpresas de Deus.

Naquele famoso episódio dos dois sentimentos que Inácio tinha, um quando lia as coisas dos cavaleiros e o outro quando lia a vida dos santos, podemos reconhecer outro aspeto importante do discernimento, já mencionado na semana passada. Há uma casualidade aparente nos acontecimentos da vida: tudo parece nascer de um banal contratempo: não havia livros de cavaleiros, mas apenas vidas de santos. Um transtorno que, no entanto, encerra em si uma possível mudança.

E depois, nos faz umas perguntas importantes para um exame de consciência diante dos acontecimentos diversos em nossas vidas:

“Mas eu devia ir dar um passeio e tive um problema nos pés, não posso…”. Contratempo: o que te diz Deus? O que te diz a vida ali? Vimo-lo inclusive num trecho do Evangelho de Mateus: um homem que lavra um campo depara-se acidentalmente com um tesouro enterrado. Uma situação totalmente inesperada. Mas o importante é que o reconhece como o golpe de sorte da sua vida e decide consequentemente: vende tudo e compra aquele campo (cf. 13, 44)

A importância do discernimento

Por fim, o Papa conclui sua catequese nos dizendo porque o discernimento é importante: através dele escutamos o que o Senhor quer dizer em nossas vidas.

O discernimento é a ajuda para reconhecer os sinais com que o Senhor se deixa encontrar nas situações inesperadas, até desagradáveis, como foi para Inácio a ferida na perna. Delas pode nascer um encontro que muda a vida para sempre, como no caso de Inácio. Pode nascer algo que te faz melhorar ou piorar no caminho, não sei, mas permanecer atento e o fio condutor mais bonito é dado pelas coisas inesperadas: “Como me comporto diante disto?”. O Senhor nos ajude a sentir o nosso coração e a ver quando é Ele que age e quando não é Ele mas outras coisa.

Tudo por Jesus nada sem Maria!

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Audiência geral do Papa Francisco sobre o discernimento

31 de agosto. Clique aqui

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