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Regras no discernimento de Espíritos segundo Santo Inácio de Loyola

31/10/2022 . Formações

Uma vez que estamos em constante combate espiritual, precisamos saber como lutar. Assim, acompanhe nessa formação algumas regras para o discernimento dos espíritos, segundo Santo Inácio de Loyola. Leia antes essas duas formações sobre o tema.

Leia também: Discernimento de espíritos e alguns segredos da luta espiritual
Discernimento de espíritos segundo São Paulo

Como agem na alma os espíritos?

São duas as formas dos espíritos, tanto os bons quanto os maus, agirem na alma humana. A primeira na ordem do entendimento, pelo qual somos levados a crer em algo, verdadeiro ou falso, e a segunda na ordem da vontade, pelo qual somos levados acolher ou rechaçar alguma coisa boa ou má. Pelo espírito bom, portanto, somos levados a crer na verdade e acolher o bem. Por conseguinte, pelo espírito mau, somos levados a crer na mentira e acolher o mal.

1ª REGRA: Para as pessoas que não saem do pecado mortal

Dessas, falamos das almas que se encontram no vício e se permitem, apesar da plena consciência, consentir no pecado grave. “O pecado mortal destrói a caridade no coração do homem por uma infração grave da lei de Deus” (CIC 1855).

Como lhes agem os espíritos? Às pessoas que vão de pecado mortal em pecado mortal, costuma normalmente o inimigo propor-lhes prazeres aparentes, fazendo com que imaginem deleites e prazeres sensuais para que mais se conservem e cresçam em seus vícios.

  • Dos prazeres aparentes: são tais pois se encerram brevemente e não tem benefício duradouro para a alma. São, portanto, atos intrinsecamente desordenados.
  • Imagens deleites e prazeres sensuais: o demônio agita nossos apetites e sugere aos sentidos internos (como a imaginação) os benefícios desses prazeres, e nos oculta suas consequências, tornando-os sempre atraentes.
  • Para a manutenção do vício: o vício, tal qual a virtude, trata-se de hábitos adquiridos por constante operação. Quanto mais se obstina em uma ação, mais se acostuma a ela e vencê-la se torna mais difícil. É comum a alma obstinada ao pecado começar a encontrar conforto em seus erros, ou acostumar-se a eles, e justificar suas ações.

Como vencê-lo? É comum o espírito mal encher a alma de confiança na hora do pecado e, depois, lhe tirar qualquer esperança na misericórdia. O salário do pecado mortal é, portanto, o constante remorso de consciência ou uma descrença definitiva em Deus. Seja como for, “lembra-te de que deves morrer e não sabes quando. Como seria triste a morte, se então te encontrasses em pecado mortal” (Santa Catarina de Sena, Carta 157 – ‘Conselho aos jovens’). Depois, lembrar-se que Deus é misericordioso e buscar sem demora a confissão sacramental, pela qual é restituída à alma a caridade perdida, a capacidade de unir-se a Deus e ouvir sua voz (Diário de Sta. Faustina).

2ª REGRA: Para as pessoas que trabalham fortemente para não cair no pecado mortal

Dessas, falamos das almas que já se encontram em batalha e rejeitam o pecado como hábito. No entanto ainda carregam consigo apetites e paixões desordenadas e carência de virtudes, instrumentos usados pelo demônio como perturbação.

À elas, quais sinais importantes deixados por cada espírito? É próprio do espírito mau causar tristeza e remorso de consciência, levantar obstáculos e perturbá-las com falsas razões para deter seu progresso. “Quando, porém, nos aborda por meio de seus ministros, como a carne e o mundo, imprime em nós espírito doce, mas falaz e lisonjeiro, já que desperta em nosso ânimo espécies e desejos gostosos de prazeres, de honras, de proeminências, (…) que depois deságua numa verdadeira infelicidade temporal e eterna” (Pe. Scarameli, Discernimento dos Espíritos).

Consequências ou sinais na alma: tristeza, tribulações na consciência (ou escrúpulos), obstáculos (falsos ou desnecessários), brigas, falsos raciocínios, desânimo.

É próprio do espírito bom dar coragem, forças, consolações e lágrimas, paz, facilitando-lhes o caminho e desembaraçando-o de todos os obstáculos, para as fazer avançar na prática do bem.

O espírito divino impulsiona a alma sempre ao progresso espiritual, ao abandono dos vícios e a conquista de virtudes. São sinais do espírito de Deus a estabilidade ou manutenção do estado de Graça e a felicidade.

Diante dessas duas regras no discernimento dos espíritos, de Santo Inácio de Loyola, ficam algumas reflexões:

  • Sou capaz de me manter unido a Deus ao longo do dia?
  • Verificar em meu exame de consciência, sinceramente, em qual estado me encontro (obstinação no pecado mortal ou na batalha contra ele).
  • Acrescentar ao exame, em que ânimo de espírito me encontro (tribulação ou paz, felicidade ou tristeza, falsos raciocínios ou reta razão) e se minhas ações estão de acordo com a verdade e o bem ensinados pela Igreja e por seus santos.

Pe. Giovanni Battista Scarameli. S.J., Discernimento dos Espíritos, Ed. Ecclesiae;

Santo Inácio de Loyola, Exercícios Espirituais

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