Vivência da Semana Santa, o tríduo pascal e o ápice do ano litúrgico: A ressurreição do Senhor!
“Faço novas todas as coisas” (Ap 21:5)
“O sagrado Tríduo da Paixão e Ressurreição do Senhor é o ponto culminante de todo o ano litúrgico, porque a obra da redenção humana e da perfeita glorificação de Deus foi realizada por Cristo especialmente no seu Mistério pascal, pelo qual, morrendo destruiu a nossa morte e ressuscitando restaurou a vida.”
Eis que mais uma quaresma se passou e adentramos na semana mais importante do ano para um católico: a Semana Santa. Todo o percurso que vivemos até aqui foi para nos prepararmos para melhor celebrar o grande acontecimento da nossa fé: a ressurreição do Senhor. A partir da missa vespertina da Ceia do Senhor até as Vésperas do Domingo da Ressurreição estaremos juntos com Jesus no Tríduo Pascal, que é o coração do Mistério pascal.
Nosso ano litúrgico anterior terminou com a festa de Cristo Rei e o novo ano teve início com o Advento. O ano litúrgico é o desenrolar dos diferentes aspectos do único mistério pascal (CCE 1171). Ou seja, “Partindo do Tríduo Pascal, como da sua fonte de luz, o tempo novo da ressurreição enche todo o ano litúrgico da sua claridade. Progressivamente, dum lado e doutro desta fonte, o ano é transfigurado pela liturgia. Ele é realmente o ano da graça do Senhor. A economia da salvação realiza-se no quadro do tempo, mas a partir do seu cumprimento na Páscoa de Jesus e da efusão do Espírito Santo, o fim da história é antecipado, pregustado, e o Reino de Deus entra no nosso tempo” (CCE 1168).
Quando vivemos o Tríduo Santo, nossa fé e esperança devem se centrar no Ressuscitado. A Ressurreição é a meta! “É por isso que a Páscoa não é simplesmente uma festa entre outras: é a ´festa das festas´, a ´solenidade das solenidades´ (…). O mistério da ressurreição, em que Cristo aniquilou a morte, penetra no nosso velho tempo com a sua poderosa energia, até que tudo Lhe seja submetido” (CCE 1169).
DEUS ESTÁ VIVO HOJE E SEMPRE!
“Quando a Igreja celebra o mistério de Cristo, há uma palavra que ritma a sua oração: Hoje!, como um eco da oração que lhe ensinou o seu Senhor e do chamamento do Espírito Santo. Este «hoje» do Deus vivo, em que o homem é chamado a entrar, é a «Hora» da Páscoa de Jesus, que atravessa e sustenta toda a história.” (CCE 1165).
Podemos cair na tentação de nos habituarmos e de até nos fecharmos às graças de Deus na nossa vida. Podemos nos acostumar à celebração eucarística… Podemos nos acostumar a muitas coisas, e que perigo grandioso é nos acostumarmos e nos fecharmos à novidade de Cristo para nossas vidas. Neste ano, não podemos viver a semana santa da mesma forma com que vivemos ano passado: precisamos sempre estar em mudança para melhor, ir adentrando a águas mais profundas.
Por nós, no mistério de sua Paixão, Morte e ressurreição, Cristo fez novas todas as coisas. E eis que todos os anos vivemos com a Igreja e na Igreja o mistério ápice da nossa fé. Precisamos tomar posse da novidade pascal em nossas vidas e não cairmos no perigo do cansaço ou da “mesmice” em nossa vida espiritual.
“O povo de Deus, desde o tempo da lei mosaica, conheceu festas em datas fixadas a partir da Páscoa, para comemorar as ações portentosas do Deus Salvador, dar-Lhe graças por elas, perpetuar-lhes a lembrança e ensinar as novas gerações a conformarem com elas a sua conduta. No tempo da Igreja, situado entre a Páscoa de Cristo, já realizada uma vez por todas, e a sua consumação no Reino de Deus, a liturgia celebrada em dias fixos está toda impregnada da novidade do mistério de Cristo.” (CCE 1164)
“Se quisermos exprimir totalmente a verdade acerca da misericórdia, com a plenitude com que foi revelada na história da nossa salvação, devemos penetrar de maneira profunda no mysterium paschale (mistério pascal).” Mas o que é no que consiste, então, o mistério pascal?
Nessa expressão está a essência da nossa fé cristã.
A palavra “mistério” na Sagrada Escritura quer significar o plano de Deus revelado e realizado por Jesus e comunicado aos homens pela efusão do Espírito Santo. Apesar de sua vida inteira ser mistério, sem dúvida, na sua Paixão, Morte e Ressurreição isto fica mais visível, se tornando o núcleo do mistério Pascal (fonte). O mistério pascal é o ponto culminante da revelação e atuação da misericórdia, capaz de justificar o homem, e de restabelecer a justiça como realização do desígnio salvífico (…) é Cristo na cúpula da revelação do imperscrutável mistério de Deus. A cruz erguida sobre o Calvário, brota do âmago mais íntimo do amor, com que o homem, criado à imagem e
semelhança de Deus, foi gratuitamente beneficiado, de acordo com o eterno desígnio divino. Na sua ressurreição Cristo revelou o Deus de amor misericordioso, precisamente porque aceitou a Cruz como caminho para a ressurreição. É por isso que, quando lembramos a cruz de Cristo, a sua paixão e morte a nossa fé e a nossa esperança concentram-se n’Ele Ressuscitado.
Saibamos viver e amar esse momento da nossa Fé, a fim de tornar a Semana Santa o que de fato ela é: A maior semana da nossas vidas!
TUDO POR JESUS, NADA SEM MARIA!