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“Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados!” (Mt 5, 6)- A virtude da Justiça

25/08/2022 . Formações

“Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados!” (Mt 5, 6)

Augusta Rainha dos céus!

Seguimos nossa série de formações, hoje falando sobre a virtude da justiça.

Para começarmos, você sabe qual a definição correta de ‘justiça’?

  • O que é a justiça?

Para Santo Tomas de Aquino, a virtude da justiça é a ação habitual de dar a cada um o que lhe é devido. (Cf. ST II-II Q. 58, Art. 1)

Ou seja, diferente de igualdade -dar a todos a mesma coisa-, justiça é tratar cada um conforme suas particularidades.

O Papa emérito Bento XVI nos recorda desse significado frequente na Mensagem para a Quaresma, em 2010, dizendo que o significado da palavra “justiça” linguagem comum é “dar a cada um o que é seu – dare cuique suum”.

O Papa Francisco, num discurso aos Magistrados da Itália em 9 de fevereiro de 2019 nos diz:

A justiça é uma virtude, ou seja, uma veste interior do sujeito: não um traje ocasional ou que se usa para as festas, mas um hábito que se deve vestir sempre, porque reveste e envolve, influenciando não só as opções concretas, mas também as intenções e os propósitos. E é virtude cardeal, porque indica a justa direção e, como um eixo, é ponto de apoio e de junção. Sem justiça toda a vida social permanece travada, como uma porta que já não se abre, ou acaba por chiar e ranger, num movimento lento.

Com isso, o Sucessor de Pedro nos relembra que devemos sempre ser justos em nossas ações, em nossas conversas, em nosso dia-a-dia, vestindo, como ele disse, o traje dessa virtude para que nossas ações sejam sempre cada vez mais conformes às ações de Deus.

  • Justiça e Caridade

Escutamos nas Escrituras “Misericórdia eu quero, e não sacrifício” (Os 6,6), que Jesus lembra aos fariseus no livro de São Mateus, (9, 13). Façamos, baseados na encíclica Caritas in veritates (n. 6), uma relação entre justiça e caridade:

O Papa Emérito nessa encíclica, nos apresenta a relação dessas duas virtudes, ao dizer que

A justiça não só não é alheia à caridade, não só não é um caminho alternativo ou paralelo à caridade, mas é « inseparável da caridade », é-lhe intrínseca.

Ou seja, se Jesus pede para sermos misericordioso, temos que primeiro aprender a ser justos, mas em seu verdadeiro significado. Assim, somente seremos caridosos se formos justos porque, como continua dizendo Sua Santidade,

“A caridade supera a justiça, porque amar é dar, oferecer ao outro do que é « meu »; mas nunca existe sem a justiça, que induz a dar ao outro o que é « dele », o que lhe pertence em razão do seu ser e do seu agir.”

Por fim, durante essa semana, até a próxima formação sobre virtudes, aprendamos a ser justos, dando ao outro aquilo que lhe é devido, e dessa forma, aumentaremos também a nossa caridade com o próximo, conforme nos relembra o Papa Emérito no mesmo documento: “Não posso « dar » ao outro do que é meu, sem antes lhe ter dado aquilo que lhe compete por justiça.”

Leia mais:

  • Encíclica CARITAS IN VERITATE. Clique aqui
  • Mensagem do Papa emérito Bento XVI para a Quaresma de 2010. Clique aqui
  • Mensagem do Papa Francisco para os Magistrados da Itália. Clique aqui

 

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