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Discernimento de Espíritos segundo Santo Inácio de Loyola – 3ª e 4ª regras

06/11/2022 . Formações

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Enquanto estava prostrado por causa de uma lesão grave, Santo Inácio começou a se perguntar sobre o estado de sua própria alma e os diferentes sentimentos que ele tinha ao tomar decisões. Em sua autobiografia, escreveu a seguinte revelação: “Mas não olhava nele, nem parava para ponderar esta diferença, até que certa vez se lhe abriram os olhos e começou a maravilhar-se com esta diversidade e a fazer reflexões sobre elas. Tomando como experiência alguns pensamentos que o faziam triste e outros que o faziam alegre, pouco a pouco foi conhecendo a diversidade dos espíritos que o agitavam, um do demônio, outro de Deus”. Dando continuidade regras de discernimento de espíritos propostas pelo santo, veja nessa formação a 3ª e 4ª.

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3ª regra: O inimigo de Deus se enfraquece quando nos exercitamos espiritualmente e enfrentamos as tentações

É próprio do inimigo de Deus enfraquecer-se e perder o ânimo, retirando suas tentações, quando a pessoa que se exercita nas coisas espirituais enfrenta sem medo suas tentações, fazendo diametralmente o oposto.

O que significa esta regra? Ante a presença de uma tentação, não se perturbe; jamais comprometa suas resoluções; não ceda, nem um pouquinho, mas faça diametralmente o oposto ao que o demônio sugere: reze, multiplique os atos de virtude contrários etc. Esta regra é capital nas tentações!

Se a pessoa que se exercita começa a ter medo e a perder o ânimo ao sofrer tentações, não há animal tão feroz sobre a face da terra como o demônio para destruir esta pessoa. O demônio se torna terrível quando vê que alguém tem uma dúvida.

  • Exemplo 1: Um seminarista duvida, diante das tentações, com relação a sua vocação: ‘E se eu deixar o seminário durante alguns meses? Teria experiência do mundo e assim, depois, seria mais forte’. Ante a necessidade de boas razões, o demônio o ajudará; se duvida, está perdido. O demônio também lhe trará as maiores dificuldades, lhe fará pensar em uma situação agradável, na excepcional possibilidade de um matrimônio, nas fadigas da santidade etc. Lembre-se que com o demônio não se joga.
  • Exemplo 2: Se os esposos, depois de várias brigas, começarem a se perguntar se não haveria razão suficiente para se divorciar, o demônio os ajudará, porque se lhe fez o jogo.

Santo Agostinho dizia que o demônio pode ladrar, mas não morder, a menos que se queira deixar morder por ele. Então, não tenha medo! Ele perde o ânimo se vê que você, nas coisas espirituais, se exercita. Por isso, mãos à obra!

4ª regra: O Espírito Santo nunca leva uma alma à mediocridade

“Não negligencies o carisma que está em ti” (I Tim 4, 14).

Se a alma está sendo medíocre na entrega ao que prometeu a Deus não há bases sólidas para um bom discernimento. Se alguém diz: ‘minha vocação é essa’, mas está sendo medíocre na sua entrega, não está sendo justo com Deus e não chegará a um discernimento correto, porque o Espírito Santo leva sempre a alma a uma generosidade interior.

Se outro está sendo medíocre, deixando de participar das Santas Missas aos domingos e deixando de cumprir os Mandamentos de Deus…, não poderá dizer: ‘não tenho tal vocação’. Não! Na verdade, estará perdendo sua vocação, isso sim. Quantos sacerdotes, religiosos, famílias já perderam sua vocação por isso, porque na mediocridade resolveram dar um passo em direção a abandonar a vocação.

Você já deve ter se dado conta de que depois de haver passado duas horas na frente da televisão, ou simplesmente por haver omitido sua leitura espiritual à noite, na manhã seguinte houve aridez na sua oração. Preste atenção… e não comece outra vez.

Passos a tomar diante dessas duas regras?

Primeiro passo: Verifique sua vida de oração. Busque identificar seus pecados ‘rotineiros’ e se está vivendo na mediocridade das promessas batismais que fez à Deus.

Segundo passo: Identifique em quais momentos está sofrendo tentação e se há alguma relação entre esses momentos e as ‘brechas’ identificadas no passo 1 acima.

Terceiro passo: Consciente das suas fragilidades e dos esforços necessários ao combate das tentações, ante a presença de uma tentação exercite-se ainda mais nas suas resoluções, na vivência de práticas de piedade, nas virtudes etc.

Quarto passo: Siga firme! Não desista! Pratique um exame de consciência habitualmente, fortalecendo-se para o combate.

Oração de Santo Inácio de Loyola

Alma de Cristo, santificai-me. Corpo de Cristo, salvai-me. Sangue de Cristo, inebriai-me. Água do lado de Cristo, lavai-me. Paixão de Cristo, confortai-me. Ó bom Jesus, ouvi-me. Dentro das vossas chagas, escondei-me. Não permitais que de Vós me separe. Do espírito maligno, defendei-me. Na hora da minha morte, chamai-me. E mandai-me ir para Vós, para que vos louve com os vossos Santos, por todos os séculos. Amém.

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