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“Bem Aventurados os pobres em espírito”- A virtude da Pobreza

15/09/2022 . Formações

Augusta Rainha!

Seguimos nossa série de formação sobre as virtudes.

Hoje, falaremos sobre uma virtude que remete à primeira bem-aventurança: a pobreza!

“Bem-aventurados os pobres, porque deles é o Reino dos céus” (Mt 5, 3)

Mas afinal, o que é a pobreza enquanto virtude?

O Catecismo da Igreja Católica nos diz que

Todos os fiéis de Cristo devem «ordenar rectamente os próprios afectos, para não serem impedidos de avançar na perfeição da caridade pelo uso das coisas terrenas e pelo apego às riquezas, em oposição ao espírito de pobreza evangélica» (2545)

Em outras palavras, a pobreza, enquanto virtude, é o bom hábito de ordenar os próprios afetos para, livres do apego exagerado às coisas do mundo, fazer de Cristo o centro da vida e das ações do homem.

Bem-aventurado quer dizer feliz, e portanto, só é plenamente feliz aquele que não coloca suas esperanças nos bens materiais, que passam, mas em Deus, que permanece.

Cristo nasceu pobre, na Gruta em Belém, viveu pobre em Nazaré, e morreu pobre na Cruz, sem mesmo ter o que vestir. É o nosso maior modelo de como viver tal virtude: desapegado das coisas do mundo e preocupado apenas em fazer a vontade do Pai, sabendo as inquietações da terra nos afastam de Deus. “Não vos inquieteis com o que haveis de comer ou beber; e não andeis com vãs preocupações.” (Lc 12, 29)

 

Por que viver a virtude da pobreza?

A resposta se encontra nas bem-aventuranças: “Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus.” (Mt 5, 3)

A virtude da pobreza nos ensina a fazer bolsas que não se gastam, juntar tesouros inesgotáveis nos céus, aonde não chega o ladrão e a traça não corrói, pois onde está nosso tesouro, aí está nosso coração (Cf. Lc 12, 33-34).

 

Como viver a virtude da pobreza?

Com o que foi apresentado, pode aparecer uma pergunta: Como eu vivo a virtude da pobreza em minha vida? É ilícito ter bens, dinheiro, conforto?

O Catecismo nos ensina que os ricos já são consolados na terra com seus bens, por isso não receberão o consolo nos céus. Não é ilícito acumular riquezas, mas temos que estar bem atentos para não tornar o dinheiro um deus em nossa vida. Como dissemos acima, a ordenação dos afetos nos leva a colocar a ordem certa em nossa vida: Deus em primeiro lugar, o próximo em segundo e eu em terceiro.

O Senhor lamenta-Se dos ricos, porque eles encontram a sua consolação na abundância de bens. «O orgulhoso procura o poder terreno, ao passo que o pobre em espírito procura o Reino dos céus». O abandono à providência do Pai do céu liberta da preocupação pelo amanhã. A confiança em Deus dispõe para a bem-aventurança dos pobres. Eles verão a Deus. (2547)

Além disso, o Catecismo fala também do objetivo do desenvolvimento das atividades econômicas:

 O desenvolvimento das actividades económicas e o crescimento da produção destinam-se a ocorrer às necessidades dos seres humanos. A vida económica não visa somente multiplicar os bens produzidos e aumentar o lucro ou o poder; ordena-se, antes de mais, para o serviço das pessoas, do homem integral e de toda a comunidade humana. Conduzida segundo métodos próprios, a actividade económica deve exercer-se dentro dos limites da ordem moral e segundo as normas da justiça social, a fim de corresponder ao desígnio de Deus sobre o homem (2426)

O jovem rico voltou triste para casa porque não soube desapegar-se dos bens, ou seja, não colocou Deus em primeiro lugar, mas as coisas (Cf. Mt 19, 22).

São Basílio de Cesareia nos dá uma boa dica de como vivermos essa virtude em nossa vida:

O pão que guarda pertence ao faminto, o casaco que guarda nos seus cofres pertence ao homem desnudo, o sapato que apodrece em sua casa pertence ao homem descalço, e o dinheiro que guarda enterrado pertence ao trabalhador. Assim você comete tanta injustiça como há pessoas a quem você poderia dar (Homilia VI, VII)

 

Metanoia

Faça a você mesmo essas perguntas em oração:

  1. Eu estou dando mais importância aos bens materiais do que a Deus?
  2. Tenho deixado de rezar por causa do trabalho?
  3. Tenho conseguido passar tempo com minha família, ou estou dando mais importância ao trabalho do que ao meu esposo(a) e ao(s) meu(s) filho(a)(s)?
  4. Tenho ajudado em alguma obra de misericórdia que auxilia os mais pobres, como o Caminhão da Misericórdia?
  5. Tenho confiado na Providência Divina, ou acho que somente com meus esforços tudo será resolvido?

 

Portanto, pratiquemos essa virtude, que aprendemos do próprio Cristo, e assim sejamos bem-aventurados, tendo posse do Reino dos Céus pela nossa pobreza de espírito!

 

Tudo por Jesus nada sem Maria

 

Leia Mais

Catecismo da Igreja Católica. Clique aqui

Formações sobre as virtudes (clique no nome da virtude):

Prudência

Fortaleza

Temperança

Justiça

Piedade

Religião

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